Bombons, flores e luta
Embora tenhamos conquistado muitos direitos que nos eram negados, ainda há muito pelo que lutar contra os abusos históricos cometidos contra as mulheres.
Olá!
Estou feliz por você ler a Aprendiz de Escritora.
Hoje, excepcionalmente, não falarei sobre a estruturação do meu primeiro romance. Porque, neste data, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, fizemos um parêntese em nossa programação para refletir um pouco sobra trajetória da mulher ao longo dos séculos.
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Vamos a mais uma cartinha
Seja boazinha e fique bem quietinha
Penso que presentes no Dia da Mulher é uma forma de desvirtuar o sentido da data, que é de luta e reflexão. Quando somos presenteadas ou homenageadas no Dia Internacional da Mulher, ao dizerem: “Parabéns pelo seu dia”, eu interpreto assim: “Discriminada, desrespeitada, violentada? Tome estes cartões, bombons e flores; seja boazinha e fique bem quietinha! Nada de protestos, lutas ou reflexões,ouviram!”
No Dia Internacional da Mulher, não são os bombons, as flores e os sorrisos que me incomodam; mas o desvirtuamento do sentido da data. É necessário que haja, também, discussões sobre o fato de que, embora tenhamos conquistado muitos direitos que nos foram negados, ainda há muito pelo que lutar contra os abusos históricos cometidos contra as mulheres.
Queremos o fim da violência doméstica; da exploração dentro de casa, em triplas jornadas de trabalho; da desigualdade salarial, da desvalorização da mulher na mídia! Queremos o fim da contaminação, pelo próprio parceiro, com doenças como AIDS e HPV! Queremos o fim das humilhações culturais, das discriminações e da impunidade aos agressores!
Queremos os bombons e as flores…
… para homenagear as mulheres que venceram preconceitos, humilhações, obstáculos e que merecem nossa admiração como símbolo de resistência e coragem, para conquistar direitos negados pelas constituições. E para lembrar que ainda estamos muito distantes de conquistar outros tantos que nos assegurem liberdade e igualdade, no trabalho, no lar e na sociedade.
Creio que é oportuno lembrar os direitos das mulheres, segundo a Organização das Nações Unidas:
Direito à vida
Direito à liberdade e a segurança pessoal
Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação.
Direito à liberdade de pensamento
Direito à informação e a educação
Direito à privacidade
Direito à saúde e a proteção desta
Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar sua família
Direito à decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los
Direito aos benefícios do progresso científico
Direito à liberdade de reunião e participação política
Direito a não ser submetida a torturas e maus-tratos
É necessário que haja discussões sobre o fato de que, embora tenhamos conquistado muitos direitos que nos eram negados, ainda há muito pelo que lutar contra os abusos históricos cometidos contra as mulheres.
Pensem nisto, com bombons e flores, com homenagens e com afeto, se desejarem. Mas, sobretudo, com respeito e responsabilidade.
Você pode conferir aqui neste link: Programas e Ações - Violência contra a mulher.
Dica de leitura
Convido você a ler o depoimento da Ana Rüsche no post de hoje em seu Instagram sobre o 8 de março: Um dia para se entristecer e se lembrar. Vale a leitura.
Na próxima cartinha…
Voltarei a compartilhar os eventos que fazem parte do plot ou pontos-chave na estrutura de meu romance. Sobre como defini o segundo ponto de virada que introduzirão eventos contrários à protagonista.
Para encerrar…
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
Então é isso.
Espero que tenha gostado desta edição e se sinta com vontade de deixar um comentário.
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Grata pela leitura e até a próxima!
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