Sonhos e memórias de infância
O primeiro contato com histórias de ficção e o sonho de fazer parte deste mundo literário.
Olá,
Esta é uma edição especial.
Há dois meses que não escrevia aqui. Então, um evento importante me fez interromper a pausa anunciada nas edições e enviar mais uma carta: um Newsletteraço!
O newsletteraço é um evento promovido pelo grupo de discussão que partilhamos no Telegram, o Newsletters BR. Hoje, várias edições são lançadas em uma ação para incentivar a escrita e divulgar as nossas newsletters.
O tema da vez é: sonhos e memórias de infância.
Em minha participação no evento, trago uma edição em que reflito sobre meu primeiro contato com histórias de ficção e o sonho de fazer parte deste mundo literário.
No final desta carta, deixei os links dos participantes para você pode conhecer uma porção de novas newsletters.
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Vamos à cartinha?
A biblioteca é o primeiro espaço de escolha que uma criança tem
Foi na escola primária que tive contato com as histórias de ficção. A bibliotecária ia nas classes e lia um capítulo de um livro por semana. A gente podia pegar livrinhos emprestados e levar para ler em casa.
Naquela época, ler um livro inteiro, de verdade, e gostar, era uma experiência marcante. Até então, eu só lia os gibis que meu irmão trazia para casa. Meus pais não cultivavam o hábito da leitura de obras literárias. Havia muitas revistas, jornais, fascículos, enciclopédias, mas nada de romances, contos, crônicas.
Nada. Nadica de nada.
A minha amiga Gabriela Pedrão, bibliotecária e mediadora em um dos clubes do livro de que tenho a alegria de participar, afirmou, certa vez:
A biblioteca é o primeiro espaço de escolha que uma criança tem. Ela pode escolher livremente o livro que quer levar e aprende que ali é um espaço de liberdade.
A experiência de ler ficção foi tão intensa naqueles primeiros anos, que me tornei rata de biblioteca. Passava todo e qualquer tempo de aula livre dentro daquele lugar, meu santuário, onde eu podia viajar sem sair do lugar. Da terra ao espaço, neste mundo ou em mundos inventados, eu era livre quando me refugiava na leitura.
No Ginásio — hoje correspondente aos anos finais do primeiro segmento —, de tempos em tempos, um ônibus-biblioteca estacionava em frente ao portão da escola. Imagine uma adolescente fascinada pela possibilidade de carregar livros para casa!
Normalmente, os romances eram os meus preferidos, mas descobri outra paixão: a ficção científica. Que achado! Dali para as séries na tevê foi um pulo. Jornada nas Estrelas inaugurou o vício. Nem vou contar que também me apaixonei pelo Spock...
O sonho se concretiza na ficção
Durante os anos no Ensino Fundamental, quando não estava enfiada na biblioteca, eu escrevia, escrevia e escrevia. Nem cogitava que um dia publicaria um romance. Queria ser jornalista, trabalhar em um jornal, criar artigos para revistas. Essas coisas.
Meus escritos se perderam ao longo dos anos. Queimei-os, joguei-os fora, não lembro. Fui lecionar Literatura e me tornei blogueira. Imaginava que um dia seria a dona de um café-livraria, onde projetos literários se desenvolveriam: rodas de leitura, palestras com autores e professores de Literatura, cursos de escrita e outros eventos do gênero.
Os anos se passaram e o sonho de ser jornalista foi por água abaixo. Escrever? Apenas posts nos blogs. Também não abri meu café literário.
Nem todos os sonhos se concretizam na vida real. Alguns criam vida na ficção. A minha personagem, por exemplo, a bibliotecária aposentada Diana Almeida, conseguiu realizar o dela: abrir a livraria Café & Romance! Eu desisti desta empreitada, a esta altura da vida. Contento-me em tomar café e ler livros.
A paixão iniciada na infância, pelo fantástico, pelo inusitado, pelo sobrenatural, pelo suspense e pela enlevação romântica das narrativas literárias continua fortíssima por aqui. A criança cresceu (será?), mas as personagens permanecem conservadas na memória e no sonho.
E você? Seus sonhos de infância se concretizaram em planos? Viraram enredo de um romance ou de um filme? Ou simplesmente perderam a razão de ser?
Aqui você encontra os links para as edições de outras newsletters que também estão participando deste newsletteraço.
Divirta-se:
Victória escreve a resenhas que ninguém pediu
Lethycia Dias escreve a Uma mulher que escreve
Leon Nunes escreve a O Substack de Leon
Carol Vidal escreve a Devaneios Criativos
Cadu Carvalho escreve a Tipo Aquilo
Júnior Bueno escreve a cinco ou seis coisinhas
Fernando Alves escreve a Futebol no Fim do Mundo
Lívia Reis escreve a Colcha de Retalhos
Danilo Heitor escreve a Antes do fim
Fernando Alves escreve a Futebol no Fim do Mundo
Paula Maria escreve a te escrevo cartas
Cadu Carvalho escreve a Tipo Aquilo
Denise Gals escreve a Aprendiz de Escritora
Karine Canal escreve a Kverso
Patricia escreve a Uma com a Terra
Mia Sodré escreve a Querido Clássico
E a próxima cartinha?
Ainda me encontro enredada por uma espécie de bloqueio na edição do segundo romance. Ando escrevendo em meu blog Café à escrivaninha e em outros lugares. Vou informar você sobre qualquer retomada das atividades da Aprendiz de Escritora. Espero que em breve...
Oficina literária
A próxima Oficina de Mediação de Rodas de Leitura no Centro Cultural Justiça Federal está com as inscrições abertas. O evento acontecerá no dia 17 de maio, um sábado, às 13h. Junte-se a nós e garanta sua vaga.
Adquira o Café & Romance
O meu romance vai participar do evento Ler é Coletivo e estará em promoção no dia 1º de maio. Se você tem o Kindle Unlimited, já pode garantir o seu agora:
Para encerrar…
Se pudesse o menino pularia
corda
com a linha do horizonte,
se deitaria sobre a curvatura
da Terra
para sempre e sempre
saudar o sol,
encheria os bolsos
de terra e girassóis.
Mas chove uma chuva
fina
e o menino vai até a cozinha
fritar ideias
Pular corda. Roseana Murray
Se gostou desta edição, conte para mim nos comentários. Vou adorar.
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Grata pela leitura e até a próxima!
"Contento-me em tomar café e ler livros."
É a solução.