Uma mentira trava a protagonista
Passo a passo de um lançamento de livro. A fraqueza da personagem do novo romance.
Olá!
Estou muito feliz por você ler a Aprendiz de escritora e me acompanhar na jornada de construção de meus romances.
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Vamos a mais uma cartinha?
Os preparativos para o lançamento
O lançamento presencial de meu primeiro livro, o Café & Romance, estava chegando. Os preparativos começaram alguns dias antes. Na verdade, eu não estava segura quanto a fazer um evento presencial.
Aquele velho frio na barriga de escritora de primeira viagem: “Será que vem alguém? Será que vou ficar lá sozinha?”.
Com a garantia da editora de que meus livros estariam prontos a tempo, comecei a planejar o evento. Fiz uma visita ao local. gentilmente oferecido pela minha amiga e cunhada do coração. A escola onde eu trabalhei anos atrás.
Perguntei onde ficaria a mesa em que eu me sentaria, e como organizaríamos a fila de autógrafos (mais frio na barriga). Combinamos a estrutura de vendas para o livro – uma mesinha alta ficaria na entrada, com flores e brindes.
Mesinha para recepção e venda
Providenciamos uma maquininha de cartão, troco para quem pagar em dinheiro, sacolas para embrulhar os exemplares e alguém para cuidar do setor financeiro na hora. Acertamos até que horas o evento poderia ir; como seria o buffet, entre outras providências.
Uns dez dias antes, comecei a enviar os convites, que fiz no Canva, a amigos, famíliares, e fiz posts nas redes sociais. Pedi que confirmassem a presença. Isto é importante para a organização dos comes e bebes.
Também enviei releases a sites e blogs, com o anúncio do lançamento. Pedi às pessoas conhecidas que compartilhassem o convite em seus perfis no Instagram. Muitas já haviam feito isso, antes mesmo de eu pedir. Que fofura!
Faltando uma semana para o lançamento, disparei um lembrete por e-mail e aplicativos de mensagens. Repeti tudo dois dias antes do evento.
O grande dia
Na manhã do evento, mandei um lembrete às pessoas que confirmaram a presença. Também postei o lembrete em meus perfis das redes sociais.
Levei os livros ao local do evento e me emocionei com o banner que minha cunhada encomendou para a ocasião.
Chequei o tempo e o trânsito nas proximidades do local.Eu estava ciente de que haveria eventuais problemas para meus convidados chegarem ao evento. A previsão era de chuva com raios e trovoadas!
Ainda assim, uma serenidade estranha me tomou. Preparei-me para receber quem conseguisse chegar e esperei. Mesmo com raios e trovoadas e algumas partes da cidade alagadas, o lugar foi tomado por pessoas queridas que vieram prestigiar a mim e ao meu primogênito.
Gratidão.
Foi especial. Teve abraços e sorrisos. Teve café com bolinhos. Teve discursos bacanas. Teve brinde. Teve amor.
Emoção.
Depois da chuva de afeto, fui comemorar em uma pizzaria com minhas meninas.
Satisfação.
O dia seguinte
Postei um agradecimento a todas as pessoas que compareceram, em minhas redes, e floodei a timeline com as principais fotos. Minha Princesinha se encarregou de fazer os registros de tudo. Os stories e as publicações, mostrando a sessão de autógrafos, ficaram lindos.
Enviei os registros dos autógrafos a meus convidados, com um agradecimento personalizado pela presença.
Tudo fluiu muito bem, mesmo com as condições de tempo desfavoráveis
Os posts do lançamento podem ser vistos em meu Instagram.
Uma personagem em crise
No segundo bloco desta cartinha, vamos compartilhar o processo de construção da protagonista do meu novo romance.
Após decidir qual seria a premissa da nova história - a presença ativa da mulher de meia idade, em todos os espaços, combate o etarismo da sociedade que as considera obsolescentes conforme envelhecem -, comecei a definir uma ou mais fraquezas que impedissem a transformação da personagem.
Criei alguns comportamentos e crenças que a impediriam de evoluir. Ela teria consciência dessa crise de identidade, mas não saberia como, ou não teria forças para resolvê-la.
Ao longo da história, a fraqueza da personagem provocaria reações conflitantes e afetariam seus relacionamentos, obrigando-a a escolhas difíceis e impossíveis. A crise deveria desencadear uma reação nos leitores e nas leitoras a ponto de torcerem por seu sucesso.
Tendo em mente a premissa do romance, pensei em criar um problema específico que provocasse a tal crise na vida da personagem. Ela enfrentaria diversas dificuldades na luta para ocupar e garantir sua permanência em diferentes espaços e situações, na vida pessoal e profissional.
Definidos os problemas da protagonista, a fraqueza que traria empecilhos à sua transformação seria:
o A protagonista se sentirá fragilizada ao ser substituída por mulheres mais jovens na vida profissional e afetiva e sofrerá diante da sensação de obsolescência
o Na adolescência, atribuiu a dificuldade de a mãe em conseguir emprego, à sua idade avançada, e não à falta de capacitação e necessidade de atualização para competir com os demais candidatos às vagas.
o Acreditará que também será substituída na vida profissional e na vida amorosa por pessoas mais jovens e não perceberá que é uma mulher capaz e produtiva.
A partir daí, eu precisaria criar situações que a desestabilizassem, no trabalho e na vida pessoal, obrigando-a a enfrentar as dificuldades e a evoluir para uma mudança.
Vocês torceriam por uma protagonista assim?
Na próxima cartinha…
Vamos falar sobre as estratégias de divulgação do romance publicado, após o lançamento. No segundo bloco, irei revelar que necessidade interna a protagonista de meu novo romance precisará preencher.
Uma palinha
Diana meneou a cabeça compreensiva. Sempre soube que a bibliotecária não ficaria para sempre atendendo em uma livraria de bairro.
— Ah, posso pedir uma coisa? — Elena a tirou de sua divagação.
— Quero organizar a sua tarde de autógrafos aqui no Café, posso?
— Com certeza! — Diana abriu um largo sorriso. — Mas agora quero ver você usar o seu poder de persuasão com aquelas garotas que acabaram de entrar. Trate de esvaziar as estantes porque Hugo precisa renovar o estoque.
Enquanto Elena se afastava, Diana se instalou na mesinha alta atrás dos sofás e se concentrou nos seus planejamentos.
Além da próxima roda literária, haveria o encontro com uma escritora iniciante, que lançaria seu romance no fim do mês.
De vez em quando, levantava a cabeça e sorria satisfeita, lembrando o caminho percorrido para transformar um velho restaurante no seu sonhado Café & Romance.
Fragmento de Café & Romance, de Denise Gals
Lendo
A Cor Púrpura, de Alice Walker
Esta será a leitura da vez em dois clubes de leitura. É um livro com diversas camadas a serem dissecadas. Traz uma narrativa permeada de violência, estupro, opressão e racismo. É uma história de auto-conhecimento, de aceitação e de amor próprio. Não é uma leitura fácil, porém necessária.
O trovão e o rio, de Bito Teles
Um apólogo sobre a separação e a saudade, com aquarelas que intensificam os sentimentos fortes que pulam dos versos leves como uma nuvem e densos como um trovão, Bito faz a gente ir trovejando aos poucos e desaguar no fim do texto.
Para terminar
Por que é que as pessoas cansadas cantam? Perguntei para Corrine. Estão cansados demais para fazer qualquer outra coisa, ela disse.
Alice Walker, em A cor púrpura
Então é isso.
Ficarei feliz em receber um comentário seu. Pode ser?
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Convido você a ler o meu livro Café & Romance. Ele está disponível na loja virtual da Editora Pedregulho ou direto comigo.
Grata pela leitura e até a próxima! ❤️
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