O efeito de uma capa
O que significa ser atraída por uma capa de livro? A emoção de escolher as fontes e a ilustração de um romance e vê-lo tomar forma.
Olá, que bom ter você aqui outra vez! Que bom ter você lendo mais uma cartinha. A edição de hoje saiu mais tarde, mas não deixe de prestigiá-la. É uma honra ter a sua leitura.
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Vamos a mais uma cartinha
Na edição anterior, falei sobre a etapa seguinte à escrita de minha história: a análise profissional do original por uma preparadora e revisora.
Hoje, vou contar a saga depois do romance pronto. O próximo passo seria submeter o original preparado às editoras. E pensar na capa e na diagramação neste ínterim.
A espera por uma resposta
Conversei com algumas pessoas que publicaram em editoras e com a minha professora de escrita, também autora publicada, e recebi informações importantes sobre o que esperar antes de prosseguir em minha procura por uma casa que acolhesse a mim e a meu primeiro romance.
Enviei a proposta do livro e o original do romance a algumas editoras que selecionei com critérios bem definidos. Procurei as que publicam romances do mesmo gênero que o meu e que me desse liberdade para participar do processo de produção.
Algumas me enviaram prontamente uma proposta de publicação, com informações sobre o projeto gráfico e sobre o contrato da autora. Tirei dúvidas e recebi esclarecimentos sobre pré-venda, direitos autorais e outros detalhes.
Outras, nunca me responderam. Algumas, continuam me mandando propostas até hoje. Editoras independentes são as que mais se interessam. Não recebi nenhum contato de editoras que bancam toda a produção do livro. Eu estava ciente e bem com isso. Estava disposta a trabalhar para levantar recursos para a publicação se necessário.
Enquanto aguardava as propostas, adiantei o processo de produção da capa. Eu queria estar com a ilustração pronta quando decidisse qual casa publicaria meu livro.
Escolhi meu livro pela capa
Conheci o trabalho da escritora e ilustradora Surina Mariana quando fizemos o curso de escrita no Ateliê de Narrativas da Ana Rüsche. Apaixonei-me por suas ilustrações - que você pode ver no site dela, no link acima -, e desejei ter a minha protagonista desenhada por ela.
Foi muito emoção quando ela aceitou fazer o trabalho de arte da capa. Durante vários e-mails, fomos chegando à ilustração perfeita. Mariana conhecia minha história, já que compartilhávamos projetos de escrita nas sessões do Ateliê. Em pouco tempo, a personagem principal, Diana Almeida, apareceu em um esboço em minha caixa de e-mail. E logo eu tinha essa ilustração linda, que me tirou o fôlego:
Era a minha protagonista perfeitamente ilustrada, em cores vibrantes e quentes! Empolgada, voltei a analisar as propostas das editoras. Enviei e-mails de resposta declinando da proposta de publicação de algumas. Ainda estava insegura sobre financiar uma publicação e ficar com os exemplares encalhados. Dá medo mesmo, confesso.
Mas não desisti. Eu tinha um projeto prontinho para ir ao mundo. Um original preparado, revisado e uma belíssima ilustração de capa. Decidi registrar meu trabalho na ABL, e voltei a conversar com amigas escritoras e publicadas.
Por fim, decidi que estava pronta para encarar o processo de publicação em uma editora independente.
Tinha um pedregulho no meio do caminho
Depois de muito ponderar, enviei, novamente, a proposta do livro e o original a uma das editoras. Quando recebi a proposta da Editora Pedregulho, uma casa comprometida com a pluralidade e a valorização da diversidade, ainda passei algum tempo questionando e tirando dúvidas sobre o processo de publicação através de pré-venda. É normal essa insegurança em marinheiras de primeira viagem.
Porém, uma coisa que me cativou na Pedregulho, além da atenção e carinho das editora Marília Cafe, foi a certeza de poder participar ativamente na transformação de meu original em um livro físico e, mais adiante, em digital. Isto siginificava que eu podia ter a minha linda ilustração da Surina Mariana na capa!
Assinei contrato.
Nos dias seguintes, enviei à minha editora, sim, agora eu era uma Pedregulho, os documentos com o original, o texto de orelha que a Ana Rüsche me deu a honra de escrever, o prefácio afetuoso da Lucia Freitas e os arquivos com a ilustração da Surina Mariana.
No dia em que abri a caixa de entrada de meu e-mail e recebi os testes de capa com o projeto gráfico impecável da Marília, meu coração deu um pulo. Foi emocionante escolher as fontes e ver a capa de Café & Romance tomar forma. Aquela imagem me cativou tanto que entendi a expressão “escolher um livro pela capa”.
O golpe final foi receber o arquivo com a prova da capa pronta para divulgação em um link de pré-venda! Como assim, eu já podia espalhar a notícia de que meu livro estava disponível para as pessoas comprarem? Sim, era isso mesmo.
Só acreditei que era verdade quando minha amiga Cacau, a Claudia Silva, me enviou mensagem dizendo que havia encomendado meu livro no site da editora Pedregulho.
Então, gente, meu livro era realidade. Café & Romance estava no ar. Foi assustador e maravilhoso ao mesmo tempo. Fui cativada pela capa de meu próprio livro.
Na próxima cartinha
Vocês acham que acabou? Aí é que o trabalho começa. Os próximos passos para meu livro chegar às pessoas dependiam de divulgação acirrada. É sobre isso que falaremos na próxima edição.
Uma palinha de Café & Romance
Diana apertou o volume contra o peito para disfarçar o tremor nas mãos. Por pouco não revelou seu segredo. Não seria fácil encarar as amigas apontando defeitos no seu texto. Teria sido insensata em recriar as conversas ouvidas no Café & Romance, mesmo fictícias?
— Como não encontrei informações sobre a autora, vou me limitar ao enredo. Não tenho palavras para descrever o quanto este romance é ruim! — Mara começou.
Ai, Jesus, é agora... Diana gemeu encolhendo-se na poltrona.
Mara olhou-a intrigada e continuou:
— A premissa engana induzindo a crer que será uma história, no mínimo, intrigante sobre leitores apaixonados por livros. — Sacudia o exemplar enquanto falava. — No entanto, encontramos uma história extremamente mal desenvolvida, personagens nada cativantes e com atitudes bizarras.
Diana esticou-se no sofá. Como ela pode decretar que a minha história é ruim?
Fragmento de Café & Romance, de Denise Gals
Estou lendo
Ainda não sei o meu nome, de Zuleide Lima
Esta é uma distopia romântica indicada para todos os leitores que não têm medo de descobrir como será a humanidade em um futuro próximo. Um comentário de Assis Brasil sobre o livro durante as aulas da oficina de escrita de que a autora participou: "Agora começo a reconhecê-las (as personagens) como seres iguais a nós, vivendo uma situação distópica. Isso não é fácil de realizar, literariamente falando - e isso me lembra os melhores de Margaret Atwood, Ray Bradbury e os últimos do Ian McEwan."
Quando o racismo bate à porta, organizado por Fabiane Gonçalves e Thainá Santos
Uma coletânea de artigos produzidos por co-autores pretos, entre eles a minha amiga Claudia Silva, que mostram as diversas formas que o racismo se manifesta e expõem que ele está presente em quase tudo que vivenciam. Temas como relações sociais, amorosas, trabalhistas, familiares, religiosas transformam a escrita em instrumento de resistência e luta.
Recomendo fortemente.
Para terminar
"Um dos maiores efeitos do racismo estrutural é nos tirar o direito de sonhar.”
Cláudia Silva, em Quando o racismo bate à porta
Então é isso!
Estou muito grata por você ler esta edição vespertina. Se gostou, deixe um comentário. Vou adorar.
Se desejar, compartilhe esta cartinha com alguém que poderia apreciar o conteúdo.
Também convido você a ler o meu livro Café & Romance. Ele está disponível na loja virtual da Editora Pedregulho ou direto comigo.
Até a próxima cartinha!
é emocionante mesmo 💛
muito legal acompanhar todo o processo do seu livro