Parceria e apoio na escrita
Escrever motivada pela possibilidade de ser lida e comentada. O benefício da disciplina e do apoio emocional dos grupos de escrita e da leitura beta.
Olá, pessoas queridas.
Agradeço por você ler esta cartinha e acompanhar minha jornada na estruturação e escrita de meus romances.
Estou feliz por ter concluído o primeiro projeto, a publicação do romance sobre o qual venho compartilhando o processo de construção. Agora, com o livro circulando, sinto-me mais segura em compartilhar a segunda parte do processo de sua criação: a escrita das cenas.
Obrigado por ler a Aprendiz de Escritora!
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Quero registrar minha alegria e gratidão pelo sucesso da noite de lançamento de Café & Romance, nesta quinta passada. Foi um evento especial, organizado pela direção do Centro Educacional Miranda e pela minha linda família.
Sou grata pela presença e o carinho das pessoas, em uma noite chuvosa, no Rio de Janeiro. Emocionei-me com as mensagens de felicitações de quem não conseguiu se deslocar até o local.
Foi tudo perfeito. As pessoas, os discursos, os sorrisos, os abraços. Senti-me, de fato, em um pedacinho do romance, quando vi a decoração. Foi mágico. Estou postando alguns momentos marcantes da festa em minhas redes. Você pode conferir aqui as fotos e os vídeos da noite do lançamento. Foi lindo.
Vamos a mais uma cartinha
Nas edições anteriores, falei sobre o sonho de ser escritora e como o agarrei com unhas e dentes. E da alegria de ver no “Café & Romance” publicado o sonho concretizado.
Hoje contarei como foi ter uma leitora interagindo com minha história, durante a produção das cenas, e a sensação de receber as primeiras devolutivas de outros escritores nas oficinas de escrita.
A leitora acompanhante
Quando terminei de fazer a escaleta do meu primeiro romance, senti um frio na barriga. Minha mentora na estruturação do romance, a querida Ronize Aline, havia dito que havia chegado a hora de escrever as cenas. De começar a história de verdade.
Até então, eu só havia feito o detalhamento dos acontecimentos, ato por ato, capítulo por capítulo. Eu tinha noção de como a história iria se desenvolver. Porém isto não era garantia de que eu escreveria um romance.
Estávamos confinadas em casa, em meio a uma pandemia de COVID, sem poder encontrar alguém com quem conversar sobre meus medos e preocupações. Então, através de um aplicativo de mensagens, confidenciei com uma amiga querida sobre o meu projeto de escrita.
No início, eu me referia ao romance como um trabalho para o curso de estruturação de narrativas. Evitava dizer que pretendia escrever um livro. Chamava-o de projeto de escrita. Obviamente, minha amiga, após ouvir tudo a respeito do tal trabalho, perspicaz que é, considerou-o como ele realmente era: a construção de um romance.
Assim, a partir daquele primeiro momento, minha amiga foi promovida à leitora beta e acompanhante do processo de escrita. Gratidão imensa à https://www.instagram.com/dilene_machado/ Dilene Machado.
Conversávamos longamente, dia após dia, sobre mulheres que sentem pressionadas a renunciar a projetos pessoais e privadas de alcançar a realização pessoal, profissional e afetiva. Era uma questão importante para ser inserida no romance. Foi a Dilene quem me garantiu que essa era uma premissa interessante para meu romance.
À medida que as cenas formavam capítulos, minha amiga os lia e trazia sua percepção sobre os personagens, as ações, os diálogos. Uma parceria pautada na confiança e na sinceridade se formou desde o início. Ter alguém para me dizer se o texto fluía bem, se não havia algo confuso, se as situações eram verossímeis foi muito importante. As discussões eram produtivas e importantes. Divertíamo-nos bastante, porque a Dilene é uma contadora de casos excepcional. Para cada cena que eu escrevia ela conhecia uma história de alguém que havia passado por algo semelhante.
Foram importantes suas observações, como mulher negra, a respeito das cenas com uma personagem e as sutilezas do tratamento dado às pessoas deste grupo. Aprendi tanto com ela. Foi uma bênção tê-la comigo acompanhando a jornada das mulheres de minha história.
Ao término do primeiro esboço, meses depois, posso afirmar que ela foi a primeira pessoa a tomar conhecimento do “Café & Romance” pronto. Nem minhas meninas sabiam que eu estava escrevendo um romance.
Parceiros de escrita
Ao mesmo tempo em que escrevia as cenas de meu romance, eu participava das aulas no Ateliê de Narrativas da querida mestra Ana Rüsche, com uma turma de escritores, alguns iniciantes como eu, outras já com obras publicadas. Era uma troca riquíssima, pois, conforme as técnicas de escrita avançavam, nossos textos se aprimoravam de uma forma surpreendente.
A sensação de ter meus textos analisados – no sentido didático, é óbvio – por outros escritores era meio estranha. Mesmo tendo lecionado Literatura e analisado romances por décadas, sentia o peso do julgamento pairar sobre mim. Conforme as semanas se passavam, o clima de amizade e camaradagem se aprofundava. Já não havia constrangimentos. Encorajávamo-nos mutuamente e festejávamos as conquistas.
Foi uma experiência enriquecedora, poder estudar e construir novos caminhos e traçar rumos para minha escrita. Ainda hoje, continuo na mesma turma de escrita. Acostumei-me a escrever motivada pela possibilidade de ser lida e comentada. E o meu grupo de escrita proporcionava esta experiência.
Como a Dilene, a minha “amiga-leitora-beta”, aquelas pessoas passaram a fazer parte de um círculo restrito com acesso aos conflitos e às conquistas de minha protagonista. Tive sorte por me beneficiar da disciplina e do apoio emocional que encontro neles.
Uma palhinha
Depois de convencê-lo a levar a duologia, encaminhou-o à Elena, para fazer o pagamento. Ela havia acabado de vender dois romances para umas mulheres que entraram na loja à procura de histórias de amor.
— As pessoas gostam de romances — Diana disse, quando o homem e as mulheres se retiraram.
— E pelo jeito, a senhora também. Dá pra ver na maneira como vendeu tão rápido praquele senhor. Teve mais sorte que eu. — Elena sacudiu a maquininha de pagamento.
— Como assim?
— Eu o abordei quando chegou, mas ele me olhou de cima a baixo e disse que preferia escolher sozinho.
— Eu o vi parado no meio da loja e você ocupada com as clientes. Não imaginei que… Por isso me olhou espantado quando mandei fazer o pagamento com você. Sinto muito, Elena.
— Normalmente, essas situações são bem sutis, dona Diana. A gente percebe porque já passou por algo assim algumas vezes.
— Desculpe por eu não ter percebido. Vou ficar mais atenta. E, por favor, sinalize quando acontecer. Não vamos tolerar discriminação em nossa loja. E me chame de Diana. Só Diana, ok?
A atendente balançou a cabeça e guardou a maquininha de cartão no bolso do avental. Em seguida, ajeitou a tiara no cabelo crespo curtinho e foi atender o rapaz acenando em frente a uma das estantes.
Fragmento de “Café & Romance, de Denise Gals.
Lendo
A violoncelista, de Daniel Silva
Um agente secreto israelense, um banco sujo, um espião russo morto e um violoncelo. Um romance cheio de suspense e a certeza de momentos de entretenimento.
A canção de Aquiles, de Madeline Miller
Baseada na Ilíada, uma reconstituição da Guerra de Troia. O príncipe Pátroclo é exilado no reino de Fítia, onde cresce à sombra do rei Peleu e de seu filho, Aquiles. Apesar de suas diferenças, os meninos logo se tornam companheiros inseparáveis. Fascinante.
Para terminar
“Toda mulher independente sofre pressão por estar sozinha. A sociedade exige a presença de um homem para validar a sua existência e importância. Mulheres que abandonaram sonhos para estar em um relacionamento que não as completa. Elas querem ser independentes, mas também querem o parceiro e o romance. Têm um lado mulher, querem o amor.
Dilene Machado, em uma conversa, durante a escrita de Café & Romance”.
Então é isso!
Obrigada por ler essa edição. Se gostou, deixe um comentário. Vou adorar.
Se desejar, compartilhe esta cartinha com alguém que poderia apreciar o conteúdo.
Também convido você a ler o meu livro Café & Romance. Ele está disponível na loja virtual da Editora Pedregulho. Ou você pode solicitar um exemplar direto comigo.
Até a próxima cartinha!